BNDES aprovou R$ 133,2 milhões para construção de silos, fábrica de ração e indústria de compostagem na cooperativa

A Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel), uma das maiores do Brasil, vai investir R$ 144,3 milhões para ampliar sua estrutura. Os recursos serão direcionados para a ampliação da armazenagem, modernização dos frigoríficos, aumento da produção de ração e melhorias ambientais no complexo industrial.
Boa parte desse financiamento — R$ 133,2 milhões — foi aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos do Plano Safra 2024/25. A liberação desse recurso ocorre por meio do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop).
Um dos projetos da Coopavel é a ampliação de sua capacidade de armazenagem. Para isso, serão construídos quatro novos silos, sendo dois na unidade de Três Barras, em Santo Izidoro (PR), e outros dois em Nova União, em Céu Azul (PR). Com isso, a capacidade total de estocagem da cooperativa, atualmente em 1,4 milhão de toneladas (equivalente a 23,6 milhões de sacas), será ampliada em 20 mil toneladas.
O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, avalia que, além de atender à crescente demanda dos cooperados, os silos são fundamentais para sustentar o crescimento da agroindústria da cooperativa. “De soja, milho e trigo, nós utilizamos 95% dessa produção. Então, a armazenagem atende as duas partes: os produtores rurais, que vão entregar os seus produtos, e as agroindústrias da Coopavel que precisam de armazenamento”, salienta Grolli, ao Agro Estadão.
Outro foco dos investimentos é a construção de uma nova fábrica de ração para peixes, que será instalada ao lado das atuais unidades da cooperativa em Cascavel (PR). A nova linha permitirá elevar a produção total de ração de 630 mil para 690 mil toneladas por ano.
Os recursos do BNDES também viabilizam a modernização das plantas de aves e suínos, com aquisição de novos equipamentos. “A modernização dos equipamentos tem o foco no aumento da produção e produtividade da Coopavel”, destacou.
Ações ambientais
Há ações também voltadas para o aspecto ambiental. O plano da cooperativa contempla a ampliação do sistema de captação e tratamento de água, com nova barragem, casa de bombas e adutora de 2,5 quilômetros, conectando o Rio Barreiros à estação de tratamento da Coopavel.
Ainda com foco em sustentabilidade, a cooperativa também irá investir para ampliação da compostagem. “A indústria de compostagem será utilizada para transformar resíduos em adubo orgânico e vai ao encontro da economia circular”, pontua Grolli.
Também será erguida uma indústria de embalagens plásticas e cartonadas. A nova planta vai fabricar etiquetas, rótulos, caixas, frascos, galões e peças plásticas. A expectativa é produzir mensalmente:
1,2 milhão de metros lineares de etiquetas e rótulos.
5,3 milhões de caixas de papelão;
1,3 milhão de sacarias e 30,6 mil “bags”;
1,45 milhão de frascos;
5.215 toneladas de peças plásticas flexíveis.
Além disso, o projeto fortalece o Centro Tecnológico Coopavel, responsável pela difusão de tecnologia e boas práticas entre os cooperados e parceiros. A expectativa da cooperativa é que as obras sejam concluídas em até 18 meses.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os recursos liberados pela instituição fortalecem a construção de uma agroindústria cada vez mais produtiva, sustentável e inovadora. “O financiamento de R$ 133 milhões do BNDES à Coopavel viabiliza uma importante ampliação da infraestrutura de armazenagem e de modernização do parque fabril com impactos positivos para o setor”, destacou, em nota.
Fonte: Agro.estadao