O mais recente episódio do podcast Prosa Agro do Itaú BBA discute as implicações do cenário macroeconômico global e brasileiro no Agro em 2025, e conta com a participação de Cesar Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, e Pedro Renault, superintendente de Pesquisa Econômica do Itaú Unibanco. No episódio, os especialistas abordam as expectativas em torno da agenda Trump 2.0 e como deve ficar o comércio exterior com o Brasil, expectativas para juros e câmbio e a visão da equipe de macroeconomia para as economias chinesa e brasileira.
Pedro Renault ressalta que a tarifação por parte do governo Trump vem sendo utilizada de duas maneiras: como mecanismo de protecionismo e como forma de obter concessões. Atualmente, o Brasil exporta para os Estados Unidos commodities agrícolas e produtos básicos, além de aeronaves. Nesse cenário, a previsão é de que o impacto para a economia brasileira seja causado a priori por consequência da guerra comercial que se estabelece a nível global. Isso, pois os itens brasileiros exportados atualmente não têm histórico de tarifação, com exceção do aço, e porque a medida de aumentar as tarifas por parte do governo americano tem priorizado países que exportam mais do que importam dos EUA, o que não é o caso brasileiro.
Além disso, o Brasil é o maior fornecedor de café arábica em escala mundial e os EUA têm enfrentado escassez de carne bovina, fatores que contribuem para a não tarifação pesada desses produtos. No entanto, Pedro Renault destaca que o contexto mundial tende a gerar efeitos indiretos na economia brasileira, tendo em vista que, no último mandato de Donald Trump, o Brasil ganhou mercado na China com o aumento das exportações brasileiras, principalmente de soja e milho, como consequência da guerra comercial. Contudo, como esse espaço já foi conquistado, a tendência é que o cenário não se repita
No que diz respeito às perspectivas para o Agro brasileiro em 2025, apesar da expectativa de boa safra, há quadro de juros altos e previsão de desaceleração da economia. Cesar Castro Alves aponta que “a gestão de risco será muito importante nesse ano e é fundamental estar atento aos melhores momentos de compra de insumos e análise das relações de troca, pois vão existir oportunidades mesmo em meio a cenário desafiador”.
Fonte: Itaú BBA